Páginas

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

CAMINHOS EM DUAS RODAS VISITA PARANAPIACABA


Paranapiacaba é um distrito do município brasileiro de Santo André (estado de São Paulo). Surgiu como centro de controle operacional e residência para os funcionários da companhia inglesa de trens São Paulo Railway - estrada de ferro que possibilitava o transporte de cargas e pessoas do interior paulista para o porto de Santos, e vice-versa.
A palavra paranapiacaba significa "de onde se avista o mar", em tupi-guarani.
Fonte: Wikipédia

Passando por algumas turbulências, resolvi me refugiar na casa da Denise Vida, em São Paulo.

Para ela, visitar a Vila é corriqueiro e ela me conta que, como nasceu em Santo André, sempre que pode dá um pedal por lá.

Que privilégio!

Agora, morando em Sampa, é só pegar o trem da CPTM na estação Ipiranga, pertinho da casa dela e em trinta minutos a gente chega em Rio Grande da Serra, para iniciar o pedal.


Para mim era tudo novidade, a começar do trem, que achei limpo e organizado.


O vagão, para quem está de bike é sempre o último e a passagem custa R$ 2,90. Aos sábados, a gente pode entrar com a bike a partir das 14 horas e aos domingos a partir das 8 horas da manhã.

Chegando em Rio Grande da Serra, uma cidade sem grandes atrativos, paramos na padaria ao lado da estação do trem para tomar um café e nos abastecer para o pedal.



Pegamos a estrada asfaltada que vai em direção à Paranapiacaba. A temperatura estava excelente e o céu nublado.
A Denise nos alertou sobre a neblina, o famoso "fog inglês" conhecido dos moradores da Vila, muito comum naquela região da Serra do Mar e, muito espertamente, por conta disso, havíamos levado nossas capas de chuva.

A estrada vazia e ladeada pela mata atlântica é uma das mais lindas em que já estive.
Os manacás-da-serra floridos nos acompanharam o tempo todo.




Mais ou menos com cinco quilometros de pedal, saímos do asfalto e passamos por um ajuntamento de ferrovia para pegar a trilha que percorreríamos por cerca de 32km.


Já no inicio encontramos vários bikers que estavam saindo da trilha e paramos para trocar algumas idéias. Eles não sabiam, por exemplo, do trem onde se pode embarcar bicicletas.


A Denise, conhecedora da região, nos falava das suas experiências em outras ocasiões e de todas as alternativas e picos bacanas para se conhecer por ali.

Eu estava encantada com o lugar: um dos mais belos que conheci nas minhas aventuras em duas rodas!



Além do caminho sombreado o tempo todo, a beleza, os perfumes e as cores da mata atlântica me deixaram extasiada.


Muitas fotos! O tempo todo tinha algo lindo para se fotografar...


Encontramos um ciclista com o pneu furado pedindo ajuda, mas estávamos apenas com uma câmara extra e nossos remendos não o ajudaram. Fica o alerta para quem quer ir conhecer o lugar: lembre-se de estar auto-suficiente na trilha porque lá não tem nenhum entreposto para perrengues ciclísticos.

O tempo começou a fechar, como a Denise disse que iria acontecer, e logo caiu uma chuvinha fina. Eu estava adorando e aquela garoa era como uma benção dos céus!


O caminho mostrava-se muito fácil de se pedalar e as subidas que surgiam eram fáceis de serem vencidas, apesar do barro que já se formava.



Eu, o tempo todo boquiaberta com a beleza e a tranquilidade do lugar.



Chegamos, então, num vilarejo que dá nome à trilha que percorríamos - Taquarussú.



Muito bem cuidado, o local é parada obrigatória para bikers e trekkeiros que passam. 


O lago nas redondezas é um ótimo local para descanso.



A estrada neste local tem muitas pedras soltas e uma subida nível médio. Eu precisei fazer um empurra-a-bike pois estava muito escorregadio e eu não queria levar um chão naquele momento... rsrsrsrs....



Árvores gigantescas, maravilhosas, permeiam todo o caminho, bem como algumas plantações de eucaliptos, durante um certo espaço do percurso.


Quando chegamos na Vila, a chuva havia parado e eu pude conhecer aquele lugar cheio de histórias e de História.




A Vila de Paranapiacaba foi tombada pelas três instâncias de governo: estadual, federal e municipal
O tombamento da Vila incluiu as instalações ferroviárias, as máquinas e os equipamentos ferroviários correspondentes ao sistema funicular e o respectivo leito ferroviário da Serra do Mar. A instância municipal abrangeu também o entorno natural da Vila. 
Atualmente, no entanto, este patrimônio vem sofrendo sérias e contínuas ameaças de abandono.
Fonte: 

Após almoçarmos muito bem num dos restaurantes da Avenida Fox, onde antigamente eram residências dos funcionários da ferrovia (R$ 12,00 coma à vontade), fizemos um tour pelos arredores.









 Para chegarmos à parte alta da Vila, passamos pelo pau da missa, um eucalipto centenário que, como vocês podem notar, já foi bem judiado.


Atravessamos uma ponte sobre a ferrovia...


E subimos algumas ladeiras íngremes...




Na parte alta situa-se a Igreja do Bom Jesus do Alto da Serra, construída em 1889.


A população reside nesta parte, em maior número.

Saindo da Vila, avistamos uma torre de observação, de onde se pode ver a ferrovia lá embaixo, indo em direção à cidade de Cubatão e também o inicio da trilha que leva à mesma cidade. Para fazer a trilha até o litoral a pé, deve-se contratar um guia.


Novamente na rodovia - a mesma estrada linda ladeada de manacás - pegamos cinco quilometros de descida onde a gente pode se deliciar com o vento no rosto e o ar puro da magnifica Serra do Mar!


Da mesma forma, tanto na ida quanto da volta, não precisamos esperar quase nada pelo trem confortável que nos levou de volta à Estação Ipiranga da CPTM.

Total do pedal, desde a casa da Denise e de volta até a casa dela: 60km.

CAMINHOS EM DUAS RODAS PERFEITO!

Agradecimento imenso à amiga Denise Vida, um verdadeiro bike-anjo pela capital, e ao novo amigo Valdir que compartilhou conosco de horas tão agradáveis.