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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ROTA MARCIA PRADO 2012

Marcia Prado é o nome da Rota Cicloturística que liga São Paulo e Santos. Tem este nome por ter sido a última cicloviagem feita pela Marcia, que faleceu num acidente entre sua bicicleta e um ônibus na Avenida Paulista, em Sampa em 2009. No local do acidente seus amigos deixaram um ghost-bike em sua homenagem: 
http://vadebike.org/2009/01/sobre-a-ciclista-assassinada-na-a-paulista/




Este ano foi realizado o 4º Passeio Cicloturístico Marcia Prado. E eu fui!



Semana MUITO QUENTE antecedeu a viagem. Temperaturas altas assim fizeram minhas noites mal-dormidas e meus dias cansativos.

Iríamos em 15 ciclistas numa van com carreta para as bikes. Acertei que o Fabio pegaria minha bike no sábado, véspera do passeio, para que a gente não precisasse perder tempo arrumando as bicicletas na carreta. E foi muito boa a idéia, pois deu trabalho para deixá-las bem acomodadas e seguras.


O sábado, aliás, foi um dia muito cansativo, um calor infernal, e eu quase passei mal no local onde presto trabalho voluntário.

A noite não foi diferente e o calor incomodou bastante, fora a ansiedade característica, quando precisamos acordar de madrugada.


Mas deu tudo certo: embarcamos por volta das 04:30 horas e seguimos rumo à Rodovia dos Imigrantes, onde iniciaríamos o pedal.



Na verdade, o percurso completo tem cerca de 100km: começa na cidade de São Paulo, passa pela Área de Proteção Ambiental Bororé-Colônia, por São Bernardo do Campo, Parque da Serra do Mar, Cubatão e, finalmente, Santos.
Nós desembarcamos no Posto Borssato da Rodovia dos Imigrantes e cortamos cerca de 40km. Não passamos pela Ilha do Bororé e nem pegamos a balsa. 
Na verdade eu esperava fazer todo o percurso.


Não foi surpresa para mim a garoa e o friozinho agradável: a previsão do tempo estava certa!





Café com leite e um pão com manteiga em pé, no balcão lotado da padaria do posto, e muitos ciclistas chegando para fazer o mesmo que nós. Ciclistas de muitos lugares, coisa de 7 mil inscritos.

A minha inscrição era número 2.886!




Com as bikes devidamente montadas e conferidas e com o apoio da Polícia Rodoviária, iniciamos nosso pedal.





Pedalamos com segurança pelo acostamento da Imigrantes por cerca de 35 minutos, até o Km 43, quando entramos no Parque Estadual da Serra do Mar (núcleo Itutinga-Pilões).






Os parceiros que já conheciam o caminho nos preveniram para tomar cuidado com tombos por causa do terreno liso e eu pensei que o caminho fosse de terra, mas logo vi que não. Entretanto, por conta da vegetação, do nível de umidade e das descidas íngremes, era melhor se precaver pra não levar um chão de bobeira.






O chuvisqueiro, ora fraco ora forte, deu um ar mágico ao lugar e eu fiquei feliz: era como um presente depois de uma semana difícil.





A pedalada foi MUITO fácil, muito agradável... e linda!








Por incrível que pareça, pedalei sozinha muitos quilômetros. Conversei com Deus e com a Mãe Gaia, agradecendo a oportunidade, o presente. Era como se o Criador me falasse: você está no caminho certo nesta vida: o caminho do bem, da paz, do amor. E isso é um presente meu para você!






Quando a gente chega lá na baixada, a gente chega em Cubatão. Vemos muitas setas indicando o caminho.




Passamos pela Praça do Cruzeiro Quinhentista e paramos no posto de apoio na Praça Portugal, onde duas tendas nos forneceram frutas e água e onde haveria o sorteio de uma bike dobrável.




Seguimos em direção à cidade de Santos, ainda com chuva, até o Aquário, ponto de encontro de muitos ciclístas molhados, cansados, felizes e de alma leve.




Roupa seca, lanche feito, era só esperar todo o pessoal chegar para retornar à Americana.





Mas, antes, o indefectível café que a Leriana faz nas nossas viagens.



Meus agradecimentos especiais ao amigo Fabio por levar e trazer minha bicicleta. Sem você seria tudo muito mais difícil.


À Leriana, ao Sombra por me convidar e à toda a galera que participou deste passeio nota dez.



terça-feira, 11 de setembro de 2012

CICLO-EXPEDIÇÃO À PEDRA DO ELEFANTE - ANDRADAS-MG

Correria insana tem feito parte da minha vida de uns tempos para cá. E na véspera da viagem para Andradas não foi diferente.

Eu, que geralmente sou tranquila, não consegui dormir por conta da ansiedade que permeou aquele dia.

Insone, ouvi o relógio despertar às quatro da manhã e, sinceramente, dei graças a Deus em ter de levantar.

Pontuais, o Fabio e a Leriana logo chegaram, para percorrermos os cerca de 200km que separam Americana de Andradas.

A madrugada de inverno estava quente e o tempo, muito seco, por causa de quase dois meses sem chuva.

Um pouquinho de sono no carro e a luz do dia chegando me deixaram mais animada!

Não tivemos dificuldades em encontrar o local do encontro e a padaria, para o café da manhã.

A última vez em que estive em Andradas, foi quando percorri o Caminho da Fé...

Os bikers começaram a surgir de todos os lados. Eram muitos. A maioria daquela região.


Muitas mulheres iriam participar e eu lembrei que quando iniciei nas trilhas de bike elas eram poucas.

Um caminhão de apoio levando frutas e água chegou e nós partimos em direção à serra dos Limas.


Logo de cara, um subidão no asfalto. Beleza, já sabia que haveriam muitas subidas.


A paisagem por lá é muito bonita mas logo cedo o sol começava a castigar. A poeira e a baixa umidade do ar deixaram tudo mais difícil.

Eu tentei capturar algumas imagens de subidas, mas creio que não dá pra ter muita noção.



Sempre que terminava uma subida longa o grupo esperava embaixo de alguma sombra.


A única fonte de água que encontramos estava no pé de uma subida monstro. Ainda bem! Nos refrescamos para encará-la.


Olha só...






Depois de um bom trecho, precisei empurrar a bike e, na parada, cliquei o pessoal que vinha atrás de mim.


No meio do caminho passamos por alguns vilarejos e sítios com plantações de café.


Foi legal termos encontrado um bar depois de uma dessas subidas longas e mais legal ainda encontrarmos lá uma coca-cola no grau certo!


Dali pra frente enfrentamos mais alguns subidões, até chegarmos nos pés da pedra.




Deixamos as bikes embaixo da sombra de uma árvore...



Atravessamos um pequeno córrego e começamos uma "escalada" para chegar na cabeça do elefante, como dizem os bikers de Andradas.







Não sei quanto tempo demoramos para subir, mas sei que as pernas tremiam devido o esforço.

O Fabio e a Leriana foram na frente e eu fiz uma foto deles lá no alto da pedra...


Teve ciclista que levou a bike até lá...



Lá do alto a gente contempla um horizonte amplo, muito bonito.




Ficamos um bom tempo lá curtindo, fotografando, aproveitando a beleza da natureza.









Quando percebemos que a maioria do grupo havia chegado, resolvemos descer e aproveitar a água fresca e as frutas que o caminhão do apoio havia transportado.

A descida precisava de muita atenção pois tombos e escorregões eram certos se não tomássemos cuidado.





Quando chegamos na sombra da árvore que havia abrigado nossas bikes, comemos algumas frutas e aproveitamos a companhia de ciclistas que conheciam o caminho de volta para voltarmos com eles.

Todas as subidas maiores transformaram-se em descidas, técnicas e perigosas, até chegarmos numa encruzilhada. O pessoal resolveu pegar um outro caminho para nos livrar de uma subida que seria o último grau do chamado "casca grossa".

Mas nem por isso nos livramos delas.








Sol de frente o tempo todo, carros, caminhões e motos levantando poeira...




Nem sempre dava para fazer a subida toda pedalando, ainda mais com a minha bike que tem só 24 velocidades. E eu pensava: Ah, se a bicicleta tivesse mais uma catraca!

Passamos pelo vilarejo da Serra dos Lima e, de repente, do nada, um asfalto novo e uma descida escândalo de boa, que eu fiquei sabendo depois ser a subida da Serra dos Limas que eu havia feito no Caminho da Fé. Os 2km mais pesados foram asfaltados!



Mais algum sobe-e-desce e chegamos novamente no asfalto próximo à cidade.




Ao longe, a silhueta um pouco confusa do elefante.



Eram 15:30 horas quando chegamos num posto de gasolina com um restaurante anexo que estava fechando, onde eu pude tomar uma água com gás gelada e deliciosa.

Estávamos exaustos e cobertos de poeira!



Os planos eram dormir na cidade e pedalar o Pico do Gavião no dia seguinte, mas não conseguimos encontrar vaga em lugar nenhum. Que pena!

O jeito foi buscar o carro e voltarmos ao posto de gasolina para tomar um banho. Eu esqueci a toalha e precisei me enxugar com as duas bandanas que estavam na mochila.
Tudo bem, porque o ar seco logo terminou de me secar.


O velocímetro marcou:
Tempo: 4h10min.
Distância: 47,20km.
Velocidade média: 11.2km/h.

Foi um pedal que valeu a pena pois representou para mim uma superação de limites físicos e mentais e, de quebra, me fez esquecer os perrengues que estavam me acompanhando.

Gratidão à Deus por me favorecer com saúde, força e coragem.